30 março 2009

Quando puderes
Só quando puderes
Só só quando puderes
Podendo
Não te esqueças
Mostra aos outros a rosa de que és feita
A rosa vermelha que ostentavas...
A tua vida
Toda a tua relíquia
Só que não pode estar embrenhada em escuro
Porque tu és luz...embora de tez morena
A rosa
Essa rosa
Esse vento...

Nuno Monteiro

29 março 2009


Lançamento do livro "Elementos" 20 de Março Livraria Bertrand, em Vila Real


“Terra em Mim” é um pequeno retrato daquilo que é para mim a vida: a bênção do despertar em cada manhã, a grandiosidade das coisas simples que por vezes descuramos, na azáfama da correria quotidiana, a beleza que se impõe em cada instante, no que a Natureza nos oferece de melhor, a alegria de viver todos os dias com todos os sentidos despertos e com a alma disponível e aberta à contemplação. Mas é mais…
É também a vontade de dizer-vos que é preciso, recolher, no mais ínfimo momento, na mais simples palavra, na mais nua das situações, a verdade de cada um de nós. E só somos verdadeiros, se não formos oponentes de nós mesmos, se, na história das nossas vidas, não deixarmos que nos embarguem a voz, o coração e, sobretudo, o pensamento… Não tenho ilusões pueris, que já não tenho idade para isso, porque a realidade é crua e só se deixa consumir assim mesmo… Por isso sei que é impossível sermos um só, sempre, e em cada momento. A maior parte do tempo, temos de ser outros, ou, pelo menos, não sermos nós mesmos de verdade… Vivemos num mundo em que o ter supera o ser, um mundo de faz-de-conta em que fazemos de conta que somos, temos, fazemos e pensamos coisas que, intimamente, sabemos que não somos, não temos, não fazemos, nem pensamos realmente. Mas fazemos de conta… Porque é útil, porque é prático, porque é necessário, porque é correcto, porque nos é exigido, porque tem de ser assim… Porque não vivemos sós. Porque não somos sós. Porque vivemos e temos de ser como e com os outros… É neste ser não sendo, que nos traímos, que traímos a verdade, a nossa verdade, que traímos a terra que é sempre uma… e que traímos os outros, que nos julgam com as provas que lhes damos e que não são, nem de perto nem de longe, as que fazem de nós um ser só, único, uno… É desta miscelânea de “eus” que não são eu, que nasce o grito de revolta e de descontentamento com a vida que se me impõe, a cada instante… E é essa multiplicação de faces que gostaria de não ter, que gostaria de não dar e de não receber, de cada um dos outros que, como eu, se traem no que são não sendo... Deixo-vos, por isso, e porque, como disse, não quero maçar-vos, com apenas um poema que é um hino a essa ausência de verdade, em todos nós. O resto, reservo à vossa leitura do “Elementos – Terra em Mim”:


Dina Cruz

02 março 2009

Lançamento do livro "Elementos"

Dois autores versejam sobre memórias dos sentidos...


Dina Cruz
e Nuno Monteiro têm o prazer de vos convidar para o lançamento do livro "Elementos", no dia 20 de Março de 2009, às 21 horas e 30 minutos, na Livraria Bertrand no Centro Comercial Dolce Vita Douro, em Vila Real.


"Terra em Mim", de Dina Cruz

Arrumar palavras é não ter segredos e enfeitar de coisas boas versos de alma e força das frases.
Passamos a não estar sós...
Sinto-me em Mim, sou devolvida, embalada e renascida, mergulhando nesta ausência de nada.


"O Fogo e a Água", de Nuno Monteiro

Dançam as palavras numa nostalgia da Terra, numa clemência do Fogo, trazendo até quem as lê a leveza e estremecimento de cada um dos Seres Humanos.

Memórias? Sim...
Cada poema voa connosco
e traz-nos de volta às sensações, ao elemento único,
passando a chover dentro de nós.