30 dezembro 2008

Douro

Subo a montanha
Com o vento nos braços
Como se carregasse nos ombros
Todo o peso dos dias

Ergo os olhos ao alto
E respiro, inerte,
A aragem agreste dos penhascos

Arrasto amarga
A solidez das fragas
Num movimento mole
De exaustão extrema

Arribo ao cume
Para conquistar
As nuvens
O céu
O sol
A arrebatadora miragem
Que vislumbro

Tudo é meu neste momento
Tudo é meu nesta hora
Tudo é meu
quando se me oferece
nesta dádiva generosa
de infinito azul…

Dina Cruz

Sem comentários:

Enviar um comentário