21 abril 2020

METAMORFOSE

Da opacidade da tarde,
atiram-se os olhos aos dias que passam,
cinzentos e lúgrubes
moles e desencantados,
pelas janelas das casas...

No casulo inerte,
acalento esperanças
de asas que virão
cheias de cores e brisas e luares...

Não tardará,
poderemos atirar-nos ao vento
e escutar o cântico das marés
de pés descalços na areia
de pele desnuda sob o sol ardente
de abraços desmedidos e tão grandes
que caberá neles
toda a secura destes dias
e toda a saudade que no come.


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